22 Dec 2024 Ellipse ATUALIZADO 03:06

Publicado

29/12/2022

Atualizado

31/01/2024
Publicação

Fundação José Augusto: setores culturais mobilizam pedidos para nova direção

A classe artística do RN se divide em petição e carta direcionados à Governadora Fátima Bezerra e pedem os nomes de Crispiniano Neto e Maryland Brito para direção da Fundação José Augusto para 2023.

Prestes a tomar posse para seu próximo mandato, a Governadora Fátima Bezerra é pressionada por representações do setor cultural do Rio Grande do Norte. A questão se trata da direção da Fundação José Augusto, órgão que tem status de secretaria, porém está ligada a pasta da educação. Uma vez que, ao que parece, mudanças ocorrerão diante do novo mandato do executivo estadual. Sendo assim, uma carta aberta destinada à Fátima Bezerra (PT), e assinada por mais de 200 artistas que segmentam várias linguagens e produtores culturais do Rio Grande do Norte pede à governadora a nomeação de Maryland Brito, jornalista, realizadora audiovisual e professora do IFRN, para assumir o órgão. O documento se justifica da seguinte forma: “um ótimo passo para o futuro, pensando em melhorias na gestão, articulação e atualização das tecnologias que podem ser utilizadas para aperfeiçoar o trabalho da Fundação José Augusto, trazendo modernização no uso de mecanismos para práticas culturais”, diz um trecho da carta, sem pautas ou reivindicações, nem tão pouco críticas ao atual diretor.

Mary Land é professora do IFRN Natal Cidade Alta, coordenadora da Cinemateca Potiguar e do Cine Poty, roteirista e diretora audiovisual. Foi Coordenadora de Informação e chefe de gabinete da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Ministério dos Direitos Humanos da Presidência da República (Gestão Dilma), e atuou na criação do Campus do Instituto Federal de Brasília – Recanto das Emas.

Por outro lado, apoiadores do atual diretor da FJA, Crispiniano Neto, acionaram como contraparte uma petição, a qual também é direcionada a Governadora Fátima. O documento está repleto de defesas ao atual diretor, tais como: investiu nas Casas de Cultura do Interior do estado, abriu espaço para os artistas populares, dialogou sem restrições com todos os setores da sociedade. Bem como, um legado por ele deixado em um dos períodos mais difíceis para um gestor: a pandemia de Covid19. Sob a sua responsabilidade, foram lançados 11 editais da Lei Aldir Blanc e outros 10 com orçamento estadual, com um governo federal que extinguiu o Ministério da Cultura, atravessando, com firmeza e sabedoria, as dificuldades vindas de uma política do governo federal pautada em cortes.

Joaquim Crispiniano Neto, poeta cordelista, com aproximadamente 150 folhetos de Literatura de Cordel Nordestina já publicados. Membro eleito para a Cadeira no. 06 da Academia Mossoroense de Letras e Presidente Comissão Gerenciadora da Lei Câmara Cascudo de Incentivo à Cultura, recebeu o Título “Poeta dos Direitos Humanos do RN” e o Troféu “Colaborador da Cultura Brasileira” e Menção Honrosa nos 400 Anos de Natal. É membro titular do Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Norte e membro titular do Conselho Estadual de Turismo do Rio Grande do Norte, onde defende o desenvolvimento do Turismo Cultural.

Diante do que foi exposto, é claro que há interesses políticos envolvidos, uma vez que Fátima Bezerra engata seu último mandato a frente do executivo estadual, o que faz com que ela visualize seus possíveis sucessores, dentre eles se destaca o nome de Natália Bonavides, deputada federal com mais votos no RN, a qual está por trás da indicação do nome de Maryland Brito. Dessa forma, a governadora deverá se posicionar quanto ao próximo diretor ou diretora da Fundação somente no próximo ano. Vale ressaltar aqui, que além da jornalista há outros candidatos à vaga, que são: ex-chefe da regional Nordeste do MinC Gilson Matias, o ex-secretário municipal de Cultura de Parnamirim Haroldo Gomes além do próprio Crispiniano Neto.

Lembrando que assim como Crispiniano Neto que nesses últimos 4 anos administrou os recursos oriundos de editais correspondentes a leis de incentivo, o diretor ou diretora que administrará a FJA nos próximos anos receberá só em 2023 um aporte de R$ 77 milhões, referente às Leis Aldir Blanc 2 e Paulo Gustavo, esta última exclusiva para projetos direcionados ao audiovisual.

Estamos observando.

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