A Busca Desenfreada da Oligarquia para se Manter no Poder em Assú
Em muitos municípios brasileiros, a perpetuação de oligarquias no poder é um fenômeno recorrente que desafia os princípios democráticos e impede a renovação nas gestões públicas. Assú, no Rio Grande do Norte, é um exemplo clássico dessa realidade, onde a família Soares tem dominado a cena política por décadas, sempre em busca de manter seu controle e influência.
A Dinâmica das Oligarquias Políticas em Assú
A história política de Assú é marcada pela presença constante da família Soares, começando com Ronaldo Soares, que foi eleito prefeito pela primeira vez aos 28 anos, em 1982. Sua entrada na política deu continuidade ao legado de seu sogro, Edgard Borges Montenegro, prefeito em 1948. A partir daí, a família Soares se consolidou como a principal força política da cidade.
Após o mandato de Ronaldo, seu primo e compadre, José Maria Macedo Medeiros, foi eleito em 1988 com seu apoio. No entanto, após uma briga entre eles, Ronaldo lançou o nome de seu irmão, Lourinaldo Francimari da Fonseca Soares, que foi eleito em 1992, apesar de sua falta de interesse pela política. Lourinaldo acabou sendo considerado um dos maiores desastres administrativos da cidade.
Alternância Aparente e Controle Constante
Em 1996, José Maria foi reeleito, fruto do descontentamento com a administração de Lourinaldo. Em 2000, Ronaldo Soares retornou ao poder, derrotando José Maria e liderando o grupo político mais forte da cidade. Ele foi reeleito em 2004, consolidando ainda mais o domínio de sua família.
Em 2008, Ronaldo apoiou Ivan Júnior como seu sucessor, mas eventualmente tornou-se seu maior adversário. Em 2012, Ronaldo lançou seu filho, George Soares, contra Ivan Júnior, mas sofreu uma derrota acachapante. Em 2016, Ronaldo lançou outro filho, que também não queria ser político, e conseguiu derrotar o grupo de Ivan Júnior, retomando o controle do poder até 2024.
A Perpetuação do Poder e suas Consequências
Agora, mais uma vez, Ronaldo Soares lança um novo candidato, Lula Soares, filho de Lourinaldo. Seu único atributo aparente é carregar o sangue e o sobrenome da família, repetindo a receita desastrosa de 1992. Essa insistência em manter o controle do poder pela mesma oligarquia há décadas tem várias consequências negativas.
A perpetuação no poder por uma mesma família tende a causar estagnação administrativa, suprimindo inovação e novas ideias. O controle centralizado pode levar a práticas de corrupção e nepotismo, minando a confiança pública nas instituições. Além disso, impede a formação de novas lideranças e a verdadeira participação democrática, deixando a população sem opções reais de escolha.
Reflexões para o Futuro de Assú
Para romper esse ciclo, é crucial fortalecer os mecanismos democráticos e incentivar a participação ativa da sociedade civil. Promover transparência, implementar políticas de educação política e estimular a formação de novas lideranças são passos essenciais. A pressão dos eleitores por uma administração pública mais inclusiva e responsável também pode contribuir para mudanças significativas.
A busca desenfreada da oligarquia para se manter no poder em Assú exemplifica um desafio persistente em muitos municípios brasileiros. Contudo, com uma sociedade mais consciente e ativa, é possível vislumbrar um futuro onde a alternância no poder e a verdadeira democracia prevaleçam. O exemplo de Assú deve servir de alerta e inspiração para a luta contínua por uma política mais transparente e participativa, que finalmente traga o progresso que a cidade merece há décadas.
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