27 Jul 2024 Ellipse ATUALIZADO 05:19

Publicado

17/07/2022

Atualizado

31/01/2024
Publicação

A CONTRADIÇÃO EVANGÉLICA ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA: O PARADOXO ENTRE POLÍTICA E RELIGIÃO

Por Igor Apolônio, Engenheiro Agrônomo pela UFERSA, pós-graduando em Educação Ambiental e Editor Chefe do Observatório da Várzea.

A igreja evangélica que conhecemos hoje é o resultado do movimento reformista surgido no século XVI por Lutero, que por meio de teses divulgou a insatisfação às práticas e questões teológicas que a igreja católica defendiam. O ponto de partida do surgimento do protestantismo foram as 95 teses que deram origem a reforma protestante.

Um dos pontos cruciais do protestantismo foi o rompimento do vínculo de autoridade com o Papa. Desassociando as questões políticas das questões religiosas, uma vez que a Igreja Católica na época desempenhava alto poder político em suas práticas, sendo responsável por incontáveis barbáries em defesa de interesses puramente políticos.

O movimento ganhou força por separar os poderes e defender a fé em Cristo com bases bíblicas que como resultado assemelhou-se as perseguições sofridas pela igreja primitiva deixada por Jesus após ascensão aos céus.

O próprio Jesus, que foi torturado e crucificado pelos religiosos e políticos da época por ter em sua palavra grande poder de convenção que fazia com que cada vez mais pessoas o ouvissem, seguissem os seus passos e ensinamentos.

Da Reforma Protestante até os dias atuais as ramificações e interpretações de teologias bíblicas resultaram em diferentes seguimentos que apesar de serem oriundos da Reforma Protestante, tem peculiaridades nítidas. Hoje podem ser classificados em diferentes seguimentos como o tradicional, pentecostal e neo-pentecostal, que apesar de terem pontos em comum, baseiam-se em interpretações divergentes em algumas passagens bíblicas.

Mesmo assim, o livro que rege as doutrinas é o mesmo: a Bíblia. Desde o velho testamento ao novo, é possível ver a desassociação entre as práticas genuínas cristãs e a política. As bases bíblicas de unção divina aos reis do período são restritas a época dos sacerdotes. E em todas as passagens vemos Deus usando ímpios para que a vontade d’Ele fosse cumprida sem nenhuma exaltação pessoal ou manipulação popular para que acontecesse.

No Brasil, vemos um movimento evangélico apoiando um candidato que se intitula cristão. Não nos cabe julgar suas práticas, ações e falas que claramente fogem dos ensinamentos de Deus. Sobretudo percebemos uma manipulação da massa evangélica envolvidos no discurso deturpado de que Bolsonaro é um escolhido de Deus para governar o país. A igreja evangélica vende essa falsa profecia e o discurso de Bolsonaro infla o ego dos religiosos que se sentem privilegiados em apoiá-lo.

Em nome de Deus, de bons costumes e da família, Bolsonaro penetra na igreja evangélica com teorias, em contra partida as suas práticas corruptas, seu discurso de ódio e sua má administração são compradas pelos fiéis em nome de uma mentira apregoada pelos líderes religiosos que recebem em troca poder, verba pública e promoções pessoais.

A igreja perde o seu princípio básico de protestantismo e limita-se a interesses institucionais.

Lamentável, contraditório e longe do que Jesus deixou para ser base doutrinária.

Esperamos por uma nova revolução protestante que retire de dentro da igreja os que ainda conseguem enxergar a verdade.

A história se repete e não podemos esperar que as atrocidades que foram acometidas em nome de Deus se repitam hoje.

Deus é bom!

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