27 Jul 2024 Ellipse ATUALIZADO 05:11

Publicado

17/08/2020

Atualizado

31/01/2024
Publicação

“A POLÍTICA DO JOGO DE CUIA”

Por Tállison Ferreira, Graduado em Filosofia e Editor Colaborador do Observatório da Várzea

Por muito tempo ouvi falar da famosa “política do jogo de cuia”. Por demais intrigado resolvi pesquisar, e entender melhor essa expressão tão comumente usada nos anos eleitorais.

Observemos o termo política que, do grego – politikos, significa a arte de governar e/ou administrar o estado (município, nações), a cidade (polis), na perspectiva do bem comum. O partido político, em geral, surge com a finalidade de organizar o grupo, de qual nomenclatura for, PT, MDB, PP, PL, PV etc., para apresentar e eleger o melhor representante. Cada um que prometa o “céu e a terra”, e coloque-se como o “salvador da pátria”. Porém, sabemos que os interesses nem sempre estão voltados para atender os anseios da população, o bem da coletividade, mas tão somente para atender os próprios caprichos (vontades) de quem governa, ainda mais que esse tipo de política dá dinheiro e garante mais riqueza para uns poucos.

De uma política partidária interesseira, sem quase compromisso com o bem comum, vem o “jogo de cuia”: oferece quem tem o suficiente para jogar o jogo, e recebe quem mais precisa da “farinha” (dinheiro, cargo comissionado, troca de favores etc.). No jogo de cuia, ganha quem enche mais a mão de quem “necessita”, porque são muitos os que necessitam. E nesse contexto, quem acaba servindo de massa de manobra nas mãos dos politiqueiros e da politicagem, são os mais pobres, aqueles que só querem moradia, emprego, comida, saúde, educação e segurança, o básico para sobreviverem, “mas que nunca terão”, porque estão marcados pela sina da política de sujeição. Depois que passa o ano eleitoral, e os candidatos, eleitos ou não, “tomam o chá de sumiço”, a realidade de dor persiste e os sonhos permanecem no mundo da imaginação, para não dizer ilusão.

CHEGAAAA!!

O candidato, ligado a qual partido for, que disputa um cargo público, no mínimo deve (ou deveria) saber que, caso eleito, não governará apenas para os seus simpatizantes e fiéis eleitores, mas também, para um outro grupo que, em hipótese alguma deve ser perseguido, acurralado ou minimizado por ser do “contra”. Também não basta querer ser candidato para calçar a sua rua ou dar cestas básicas às famílias carentes do bairro, tem que ir mais além. Tem que ter projetos bem fundamentados, um engajamento social ampliado, ter o adversário como parceiro e não como inimigo. De outro lado, nós eleitores, precisamos, mais do que nunca, passar por uma conversão política do pensamento, imediatamente.

Precisamos conhecer o projeto político dos candidatos e governantes, cobrar direitos, cumprir deveres, agir mais pela razão do que pela emoção. Mesmo que seja difícil, precisamos romper com a ideia: “vou aproveitar agora, porque depois que passar a campanha eleitoral, eles (governantes) não lembrarão mais de ninguém”. Não dá mais para brincar de fazer política, arrancando os galhos verdes das árvores (chega de saudosismo), xingando um e outro, vestindo azul ou vermelho, porque a URGÊNCIA é outra: É TEMPO DE DARMOS AS MÃOS em prol de um todo maior – do bem comum.

Estamos observando…

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