O Carnaval de Assú sempre foi um dos momentos mais aguardados do ano, reunindo foliões de todas as idades para celebrar a festa mais popular do Brasil. No entanto, a programação divulgada para 2025 levanta questionamentos sobre a falta de investimentos em atrações de maior porte e a exclusão de regiões importantes do município, como a Várzea.

Como diz a música de Chiclete com Banana “Um céu sem estrelas Uma praia sem mar Amor sem carinho Romance sem par Carnaval sem festa Um jardim sem flor É assim que eu me sinto”. Assim, um carnaval sem grandes atrações é como um céu sem estrelas, uma praia sem mar. Sem um polo na Várzea, sem diversidade na programação e sem inovação, a festa perde seu brilho, deixando os foliões com a sensação de um jardim sem flor. O que deveria ser um momento de comemorações e inclusão acaba se tornando apenas mais do mesmo, sem o encanto e a grandiosidade que o Carnaval de Assú poderia ter.

O anúncio oficial destacou “mais novidades e mais atrações”, mas a realidade não parece relevante a essa promessa. Os nomes divulgados até agora, como Kadu Martins, Banda Inala e Renata Falcão, são conhecidos regionalmente, mas não chegam a ter o peso de grandes artistas que costumam movimentar carnavais pelo estado. Além disso, a tradição de encerrar a festa com a Banda Grafith, embora tenha seu valor, dá a sensação de que o evento não se renova. Mesmo quando diz querer valorizar os artistas locais, há uma enorme insatisfação da categoria com a prefeitura.

Outro ponto preocupante é a falta de um polo de carnaval na Várzea. Enquanto regiões como o Centro, Mendubim e Rio Assú foram contempladas com atrações, a Várzea, historicamente esquecida em eventos desse tipo, mais uma vez foi deixada de lado. Isso reforça a centralização das festividades e exclui uma parcela significativa da população, que também tem o direito de festejar sem precisar se deslocar para longas distâncias.

Além disso, o texto divulgado não menciona qualquer planejamento em relação à estrutura do evento, segurança pública ou apoio aos comerciantes e ambulantes que fazem do carnaval uma oportunidade de renda extra. São detalhes essenciais para garantir um evento seguro, organizado e inclusivo.

O Carnaval de Assú tem potencial para ser muito mais do que apenas uma festa tradicional. Com um investimento mais equilibrado e uma visão mais abrangente, poderia se consolidar como um evento de referência na região. No entanto, sem inovação, sem descentralização e sem atrações de maior impacto, o sentimento que fica é de que a cidade poderia – e deveria – fazer melhor.