Casa de cultura popular de Assú comemora 20 anos de existência
Por Gicardson Lima, Graduado em Letras, Inglês e Português pela UERN, Editor Colaborador do Observatório da Várzea.
Construído no início do século XIX pelo Coronel Manuel Lins Wanderley, o sobrado de 379,60 metros quadrados de área construídos, mais anexos, foi residência do Barão de Serra Branca e sua esposa, a senhora Belisária Lins Wanderley de Carvalho e Silva, filha do Coronel Wanderley, que construiu o imóvel. O lugar presenciou um relevante acontecimento para a história do Rio Grande do Norte, quando, durante um jantar, a baronesa Belisária libertou seus escravos, lhes aplicando a lei áurea no dia 24 de junho de 1885, três anos antes da Lei Áurea, a senhora Belizária Lins Wanderley de Carvalho e Silva (que veio a se tornar Baronesa de Serra Branca em 1988), serviu um banquete aos seus escravos e os decretou livres. Atualmente, o prédio constitui a Casa de Cultura da cidade de Assú/RN, e dessa funcionalidade dada ao Sobrado da Baronesa comemora 20 anos em 2023. Inaugurada em 26 de dezembro de 2003, tem como patrono, atualmente, a própria Prefeitura Municipal. A história da Casa de Cultura está intrinsicamente ligada às atividades artísticas locais desde a sua abertura ao público. A partir de então, tem sido um teto para o desenvolvimento de diversas atividades culturais, se tornando assim uma ótima aquisição à classe artística, pois, de agora em diante, os artistas têm um local de referência para o desenvolvimento de seus ensaios, reuniões, eventos dentre outras diversas possibilidades afins ao local.
Hoje, a Casa de Cultura também abriga a Secretária Adjunta de Cultura, a qual Paulo Sérgio de Sá Leitão está à frente há mais de cinco anos. E nessa caminhada em prol da cultura também estão coordenando as ações no Sobrado da Baronesa, as pessoas de Thiago França e Aldo Cardoso de Lima, ambos agentes de cultura representando o Governo do Estado do RN por meio da Fundação José Augusto.
Durante esses 20 anos, a Casa de Cultura Popular também foi lar de grupos de teatro, dança e música, além de servir como apoio logístico para a realização do espetáculo cênico “Auto de São João Batista”, o qual retornará aos palcos da Praça São João Batista ainda esse ano. Ainda podemos destacar os mais diversos eventos realizados nas instalações, ressaltamos aqui o “Festival doSol” que também retornará a nossa cidade. Não podemos deixar de lado os eventos conhecidos pelo público nerd, que é o caso do ENA idealizado pelo artista plástico Wagner di Oliveira, agente de cultura durante o evento.
Assim, essas duas décadas de funcionamento, a Casa de Cultura teve a sua frente nomes importantes que se destacaram de diversas formas de acordo com suas aptidões. Pessoas como Tavares, Chocolate Neto, Jobielson Silva e o próprio Wagner di Oliveira. O mesmo prédio do Sobrado da Baronesa também já foi objeto de discussão, dividindo opiniões entre a comunidade artística, população em geral e parte do poder público. Quando em 2016 a câmara dos vereadores votou contra um projeto que beneficiaria de forma significativa, seria uma cessão ao Governo do RN e tinha envolvido uma quantia de R$ 500.000 (quinhentos mil reais) a estrutura da Casa, a qual até hoje ainda necessita de uma revitalização profunda, mesmo ainda tendo seu auditório com reforma em andamento nos dias atuais graças a uma emenda impositiva de iniciativa da Deputada Estadual Isolda (PT/RN).
Diante de tudo que foi exposto, a Casa de Cultura Popular comemora 20 anos com várias vitórias que só fizeram bem ao setor cultural de Assú. É um símbolo de resistência em diversos sentidos, histórico e cultural. É preciso, portanto, que haja um olhar de mais cuidadoso com uma arquitetura tão importante para a classe artística. Cabe então, aos órgãos competentes valorizar cada história anterior e futura que naquele sobrado venha se tornar sonhos realizados por meio daqueles que realmente amam a arte no seu mais profundo significado.
Estamos Observando.
0 Comentários