Colação na Várzea: prefeito se ausenta e substitui Fabielle por secretária, mas ela reage
Por José Guimarães, Licenciado em Filosofia pela Faculdade Vicentina (Curitiba), especialista em Pesquisa Acadêmica e Científica na Prática Docente, pela Unibagozzi (Curitiba) e Editor Colaborador do Observatório da Várzea.
Parece que as festas e o clima de fim de ano não serão suficientes para estancar a ferida entre o prefeito de Assu, Gustavo Soares, e sua vice Fabielle Bezerra. Desde o dia 7 de setembro, quando expusemos aqui um suposto rompimento, acompanhado de cenas cada vez mais esclarecedoras quanto ao afastamento dos dois, até o surgimento do chamado F4 (composição dos três vereadores que acompanham Fabielle), muitos ruídos foram ouvidos mas jamais a gestão ou a vice-prefeita, assumiram publicamente os fatos.
Porém, o silêncio começa a ser quebrado e, de maneira pedagógica, as insatisfações começam a vir a público, começando pela publicação feita através do Instagram de Fabielle Bezerra. Em seu perfil, ela diz que na noite da última sexta-feira, dia 16 de dezembro, faria uma homenagem à educadora Iolanda, conhecida na cidade pela sua contribuição à educação do município mas “as circunstâncias não me permitiram ler no Anfiteatro, vou deixar aqui o meu discurso” disparou, de maneira discreta.
Procurei saber das “circunstâncias” às quais Fabielle se referia no seu post do Instagram. Sem meias palavras, a vice-prefeita me relatou que estava prevista a entrega da comenda a Dona Iolanda por suas mãos. Porém, momentos antes da cerimônia, foi comunicada que, por ordem do prefeito, ela, Fabielle, não faria a homenagem (entrega da comenda e discurso), sob pretexto de que, com a presença do prefeito no Anfiteatro, não haveria necessidade da vice se pronunciar.
No entanto, na noite de sábado, na Várzea, na colação de grau do Doutores do ABC da Escola Municipal Monsenhor Júlio Alves Bezerra, o prefeito não participou da cerimônia e, excluindo a vice-prefeita, enviou a secretária de obras do município para o representar, quebrando um protocolo e uma tradição, pois em tais situações, justificadas inclusive na noite anterior, é natural que a vice-prefeita o substitua em eventos oficiais.
Desta vez, para surpresa de todos, Fabielle não se resignou, nem se restringiu seu descontentamento às redes sociais. Segundo testemunhas, quando a cerimônia já estava para terminar, convidada a falar pela cerimonialista (convite fora do cerimonial oficial), Fabielle Bezerra tomou a palavra e, sob aplausos, fez um discurso em tom de desabafo, justificando que “com ou sem direito de fala, meu compromisso com o povo do Assu e da Várzea continua”. Desta maneira, a vice-prefeita não conseguiu se fazer de invisível nem deixar de se dirigir ao povo varzeano, como gostaria o prefeito, dando sinais visíveis de que não vai se calar diante de fatos e situações constrangedoras que a máquina da gestão tem preparado para ela.
Pode não ter sido um ano fácil para Fabielle, pois enfrentar a máquina destruidora de reputações e toda a estrutura coordenada pelo ninho dos jacarés é uma tarefa difícil que nem sempre pessoas comuns conseguem tratar com sabedoria, a exemplo de tantos que já foram traídos ou condenados ao limbo pela oligarquia que controla o poder em nosso município, vide Sandra Alves. Porém, o ano vai terminando com uma certeza: a força da vice-prefeita se transpõe ao modus operandi que os Soares costumam fazer política e, com certeza, quando ela se posicionar publicamente, dará muita dor de cabeça ao grupo que tenta sufocá-la.
Estamos observando…
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