DOJÔ KEIKO – UM PROJETO DE AMOR, SUPERAÇÃO E SONHOS
Por Igor Apolônio, graduando de Agronomia e Editor-chefe do Observatório da Várzea.
Vivendo em uma realidade difícil em que o incentivo ao esporte é cada vez menos valorizado, a Várzea desponta com um projeto que é inspirador.
João Henrique, atleta de judô e jiu-jitsu, reside em Assú, é natural de Itajá, o qual tem vários campeonatos de renome conquistados com apenas 22 anos.
O cunhado do jovem sofre de crises de epilepsia e desde o diagnóstico foi verificado a necessidade do garoto praticar esportes por recomendações da pediatra, diante disso, João viu a oportunidade de oferecer aulas, mesmo ele seguindo uma carreira como atleta e não como professor.
De inicio, João comprou 9 peças de tatame e iniciou as aulas na área da casa da sogra no Panon I. Como a casa fica em uma rua movimentada da comunidade, e os treinos aconteciam de portão aberto, muitas crianças observavam o treino e se aproximavam para assistir as aulas, e posteriormente foram convidadas por João para fazerem aulas experimentais, e assim juntarem-se a eles no treino. Acontece que chegou um momento em que muitas chegou um momento em que muitas crianças queriam se inscrever para os treinos e o local já era pequeno para todos. Foi quando começou a surgir alguns “nãos” por não terem um espaço adequado. Assim, João decidiu ter uma reunião com os pais das crianças que permaneciam treinando e os que queriam iniciar a treinar.
João então convidou a diretora da Associação comunitária do Panon I – Rosa, e logo depois da reunião conseguiram uma sala na quadra de esportes da comunidade.
Com isso, conseguiu-se mais peças de tatame emprestadas, mas ainda não eram suficientes pela quantidade de alunos. Então, João mais uma vez se reuniu com os pais para realizarem uma rifa e conseguiram mais peças de tatame.
Hoje, o projeto possui mais de 50 alunos. Tendo também toda organização necessária. Todos os alunos possuem ficha de inscrição e tem todo acompanhamento necessário.
Alguns alunos evoluiram bastante, sendo que alguns alunos já competiram em outras cidades e foram medalhistas.
O próximo campeonato é muito importante para os alunos do projeto, o qual acontecerá em Natal, entretanto a equipe não conseguiram transporte por meio da Prefeitura para conduzir os atletas para o evento esportivo. Foram informados que somente a partir do próximo ano será possível tal apoio.
Para suprir essa necessidade, João procurou um transporte particular para levar os atletas no valor de 750 reais, que tem capacidade para levar somente 15 alunos. João diz que a intenção seria levar todos, mas infelizmente diante da situação não conseguirá.
O Judô é um esporte caro, informa João. Para o campeonato existirão outros custos também, como a inscrição do campeonato que custa 40 reais. Mas por se tratar de um projeto social foi conquistado um desconto para que essa taxa ficasse por 25 reais. João também nos informou que existe uma taxa anual para competições que deve ser considerado além do valor do transporte.
Com a ajuda dos pais e alguns amigos, conseguiram alguns brindes para fazer uma rifa, e as crianças têm conseguido vender para custear a chegada ao campeonato estadual.
João explica que não tem nenhum auxilio político e que funciona somente com a ajuda dos pais e amigos próximos. Como a dica de um pai de uma aluna, em que decidiram fazer um sopão para conseguirem complementar esse valor necessário.
Algumas crianças treinam sem kimono, que é essencial para o treino. O jovem nos informou que passou na casa de alguns amigos que não treinavam para conseguir alguns kimonos, mas mesmo assim não é suficiente para todos. João nos passou que chegou a comprar alguns kimonos novos para alguns alunos. O mesmo que foi feito a ele quando começou, e por decisão própria encontrou nessa ação uma forma de retribuir, tirando também do próprio bolso.
A coordenadora do projeto nos repassou que há um outro obstáculo enfrentado pela equipe. Esse diz respeito ao espaço físico onde ocorrem as aulas e treinos. O espaço é alugado pela Prefeitura, a qual informou que, para que eles possam continuar utilizando a sala, precisariam desmontar as peças do tatame e montar todos os dias. Acontece que por serem peças de encaixe, a retirada e colocação delas acarreta uma perda na qualidade do tatame, não sendo possível assim fazê-lo. Os responsáveis pelo projeto temem que o espaço que ocupam possa ser retirado e por isso sonham em um lugar próprio para seguirem formando atletas.
Ele informa que possui algumas parcerias como a da academia Forma Fitness que cede o espaço para alguns alunos treinarem musculação.
João relata que descobriu vários talentos entre os jovens varzeanos e quer de alguma forma ajudá-los a desenvolver esse talento.
O jovem conclui com algo que nos enche de alegria e esperança: TEM MEDALHA VINDO do Campeonato Estadual!
Nós estamos na torcida na torcida e estamos observando…
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