Fabielle não age como uma líder de oposição
Faltando 465 dias para a eleição, não faz nenhum sentido Fabielle Bezerra continuar se colocando em uma posição de que está sendo excluída. É natural que quando existe um rompimento no governo, o vice passe a ser oposição e mostre a população o que lhe diferencia da gestão. A última vez que Fabielle se posicionou publicamente foi há 3 meses em uma entrevista na Rádio Princesa. De lá pra cá, não se sabe o que a vice-prefeita de Assú realmente pensa, se avalia como bom ou ruim a atuação do Prefeito Gustavo Soares, se enxerga na administração um trabalho satisfatório ou deficiente, se a gestão tem um histórico de qualidade ou de problemas.
Na teoria, qualquer vice-prefeito deveria exercer função dentro da administração municipal. Na prática, tudo isso é bem diferente. Só o fato de ter um gabinete onde atende semanalmente, condição que nenhum outro vice-prefeito do Vale do Açu tem, já desfaz a ideia de que Fabielle Bezerra seja uma vice decorativa. Ela, de fato, busca se sobressair e tenta entregar um trabalho de qualidade. Todavia, ela e o grupo político do qual fez parte na campanha em 2020 estão rompidos, não faz sentido cobrar espaço em eventos e ações realizadas pelo governo se não há mais convergência e união entre ambos.
Deputado estadual eleito ano passado e um dos atuais apoiadores de Fabielle, Neilton Diógenes era vice-prefeito de Apodi, precisou renunciar o cargo e estava rompido com o prefeito da cidade, Alan Silveira. O rompimento era tão transparente e explícito entre os dois que Alan sequer cumprimentou Neilton em um evento que aconteceu em fevereiro desse ano no município. O atual vice-prefeito de Mossoró, Fernandinho das Padarias, também está rompido com o Prefeito Allyson Bezerra, perdeu cargos no governo, evita contato com membros da administração e se isolou da gestão.
Fabielle poderia assumir a posição vaga de líder de oposição se agisse de forma mais pertinente, transparente e sem tentar agradar os dois lados da moeda. Diferente dela, o ex-prefeito de Assú, Ivan Júnior, entre erros e acertos, é muito contundente no tom acido e crítico que adota contra a gestão do Prefeito Gustavo Soares, quando chama para o confronto, quando convida os eleitores a comparar seus feitos com o do atual mandatário e quando se comporta como verdadeiro opositor.
Fabielle tenta vender uma ideia de que é uma vice-prefeita que está sendo perseguida, isolada e maltratada pelo sistema por não ser comunicada sobre todos os atos de um governo do qual ela e o gestor estão rompidos e não há mais nenhuma ligação política e institucional.
Se for realmente candidata a prefeita próximo ano, Fabielle uma hora será convidada a se posicionar. Dá pra ser pragmática e republicana, destacando o que pensa e o que pretende melhorar. O que diferencia Fabielle da gestão atual? Vai deixar as críticas e soluções apenas para 2024? Essa é uma das respostas que ela terá que apresentar se estiver no páreo da campanha eleitoral.
Estamos observando…
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