Filarmônica luta para que o programa de bolsa incentivo seja implementado após 8 anos
Por Igor Apolônio, Engenheiro Agrônomo pela UFERSA, pós-graduando em Educação Ambiental e Editor Chefe do Observatório da Várzea.
A Filarmônica Maestro Cristóvão Dantas foi fundada em 2002 através de recursos próprios do município durante a gestão do então prefeito, Ronaldo Soares. A partir de sua fundação têm desempenhado um papel importante na formação de novos músicos e de cidadãos. São 20 anos de serviços prestados ao município de Assú/RN.
Em 2017, Fabielle Bezerra que na época exercia mandato como vereadora, criou o programa de “BOLSA DE INCENTIVO A FILARMONICA CRISTOVÃO DANTAS”. O objetivo do programa é a concessão de bolsa-auxílio aos músicos e monitores componentes da filarmônica.
O projeto pretende oferecer uma bolsa para 45 (quarenta e cinco) músicos. Destas, 5 vagas são para músico monitor de ensino e quarenta vagas para músico-instrumentista. Para concorrer a bolsa é necessário ter mais de 12 (doze) anos e participar de um processo seletivo simplificado.
Entretanto, apesar de passados 8 anos, o projeto nunca foi apreciado para ser validado e colocado em prática.
Como a principal autora do projeto não pode mais viabiliza-lo, por não exercer mais a função de vereadora, quem deu continuidade foi o vereador Paulo Brito. Contudo, o projeto apenas foi lido de forma rápida durante a seção 38º no dia 10/11. Para dar seguimento ao projeto é necessário que se passe pela comissão julgadora da câmara e posteriormente ser votado pelos vereadores.
No dia 17 de Novembro organizadores da filarmônica participaram da plenária e abordaram alguns vereadores para expor a importância do projeto. De acordo com o informado, durante uma conversa informal com o atual presidente da câmara, o vereador Tê, e com os componentes da comissão da câmara, foi transmitido aos organizadores que o programa seria inviável sob a justificativa de que “a câmara não pode gerar despesa para o município”, desta forma a orientação dada foi procurar o prefeito Gustavo Soares para apresentar o projeto e começar novamente os tramites para sua viabilização.
Após 8 anos na expectativa de colocar o projeto em prática, os membros que formam a Filarmônica Cristóvão Dantas sentem resistência na implementação. Outras cidades do Vale do Açu possuem projetos parecidos em vigor. As questões que ficam são muitas, dentre elas o porquê existe falta de interesse por parte do legislativo e como será daqui em diante tendo que submeter novamente o projeto para o poder executivo municipal.
A organização da filarmônica informou ainda que estão esperançosos para que realmente seja apresentado, votado e que enfim comece a beneficiar os jovens no ano seguinte. Foi agendado uma reunião com o prefeito para o dia 24/11 e espera-se que diante da reunião o projeto possa ser direcionado e seja executado no início de 2023.
É importante ressaltar a importância de programas que assegurem a permanência de jovens em organizações como a filarmônica Cristóvão Dantas. Não é possível que a população e os jovens precisem ser vítimas da ausência de interesse público para com a cultura local. Não podemos deixar que os interesses políticos sobressaiam as necessidades do município.
Não é porque a autora do programa é a atual vice-prefeita que o projeto precisa ser engavetado como tentam fazer diariamente com Fabielle. O programa de incentivo à cultura e a música precisa ser encarado com prioridade e seriedade. Os benefícios sociais para os adolescentes e jovens contemplados pelo projeto são essenciais para o desenvolvimento cultural local.
Os talentos descobertos pela filarmônica são muitos e é nítido a grandiosidade dos que se doam para fazer acontecer. Que os nossos músicos possam ser cada vez mais respeitados e valorizados!
Estamos observando…
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