No Auto de São João, namorada do deputado tem mais prestígio do que a vice-prefeita
Por José Guimarães, Licenciado em Filosofia pela Faculdade Vicentina (Curitiba), especialista em Pesquisa Acadêmica e Científica na Prática Docente, pela Unibagozzi (Curitiba) e Editor Colaborador do Observatório da Várzea.
Quem assistiu ao Auto de São João presenciou a clara demonstração de que a prefeitura de Assú é um “negócio” de família, onde a relação promíscua entre o público e o privado já é uma praxe danosa há anos, perpetuada pela oligarquia que se mantém no poder. O cerimonial de abertura do Auto de São João prestigiou até a namorada do deputado, que estava na plateia, ao passo em que ignorou a presença da vice-prefeita da cidade, um acinte que deve ser repudiado por qualquer pessoa que compreende o espírito republicano.
A cena, amplamente divulgada e transmitida pela TV Assú, registra um cochicho do deputado George Soares à cerimonialista que, logo em seguida, dispara “queremos também aqui registrar a presença e dizer a ela que seja muito bem vinda, Ana Paula, namorada do nosso deputado” naturalizando a estranha relação entre público e privado em que a política assuense está habituada.
Em seu delírio esquizofrênico, o principal responsável pela noite de festa, sentindo-se ameaçado, repete as cenas do teatro e pede a cabeça de sua suposta antagonista por quem outrora guardava afeição. O mesmo enredo em que João Batista se viu envolvido, numa trama familiar que, em nome do poder, era capaz de tudo, hoje se repete com aqueles que tentam enaltecer o nome do mártir, mas fazem papel de algozes para manter a linhagem no poder.
Além da luta entre o bem e o mal, o jogo político a que assistimos tornou-se um vale-tudo que, em nome da perpetuação de uma família no poder, pessoas se tornaram descartáveis, mesmo que exerçam mandato eleito pelo povo. Além disso, de maneira descarada, a adesão de vereadores outrora opositores de primeira hora alimenta as narrativas de que muito dinheiro está sendo investido para fazer Lula Soares chegar ao poder.
Estamos observando…
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