No tiroteio narrativo, Gustavo buscou não ser visto como “traidor” ao lançar nota
Por Silvino Júnior, graduando em jornalismo (UERN), Assistente de Planejamento da Produção (SENAI) e Editor Colaborador do Observatório da Várzea.
O Prefeito de Assú, Gustavo Soares, abriu a semana lançando uma nota aos assuenses. Apesar da formalidade do texto, é possivel captar alguns pontos nas entrelinhas. Ele falou sobre o respeito mútuo que deve existir na política, se referindo a Fabielle Bezerra que tenta se viabilizar para disputar a prefeitura, cita indiretamente os vereadores Walace, Paulo Brito e Karielle, que se encontraram com membros da oposição há 3 dias, além de afirmar que valoriza os que estão com ele e que não faz política buscando aplausos.
A nota de Gustavo soou com um certo desespero, como se algo nos bastidores tivesse saído do controle. Eu diria até que também foi uma tentativa de evitar que ele fosse visto pelos eleitores como um “traidor”, pelo fato de Fabielle e o time de vereadores conseguir pautar o debate. Ficou a impressão que foi algo redigido às pressas, guiado por algum assessor que tentou apagar um incêndio de forma interna, mas que jogou ainda mais gasolina nas chamas e tornou público algo que poderia ter sido resolvido a portas fechadas no gabinete.
Gustavo é uma boa pessoa e de um perfil moderado, mas precisa deixar de contorcionismos e se tornar um político mais hábil como seu irmão George. Ele não está errado ao cobrar lealdade daqueles que ainda fazem parte do seu grupo. Querendo ou não, ele ainda ocupa a cadeira de prefeito. Mas precisa saber cobrar. Há diferença entre a forma e o conteúdo.
Gustavo precisa ser objetivo no que diz e no que faz, ser um político de ponto final e não de reticências. Caso contrário, será muito vitimismo para pouco resultado. Se for para romper, que se rompa. Se for para deixar de lado, que se deixe. Se for para atrair aliados, que atraia. Se for para neutralizar adversários, que neutralize. Se for pra fazer alguma coisa, que se faça. Antes isso, do que um tiro no próprio pé.
Estamos observando…
0 Comentários