27 Jul 2024 Ellipse ATUALIZADO 23:45

Publicado

30/11/2022

Atualizado

31/01/2024
Publicação

O menino, a poesia, um prêmio

Por Pedro Henrique, poeta e escritor. Bacharel em Direito (UERN), Especialista em Direito Digital (Faculdade Verbo), mestrando em Estudos Urbanos e Regionais (UFRN) e Editor Colaborador do Observatório da Várzea.

Madson Diogo Farias da Silva, da comunidade de Nova Esperança, aluno do 5° ano da Escola Municipal Monsenhor Júlio Alves Bezerra, parece ser o mais novo poeta do Assú. O pequeno varzeano, que já nos orgulha, recebeu o “Prêmio MPT na Escola 2022”, promovido pelo Ministério Público do Trabalho do Rio Grande do Norte, e ostentou o 1° lugar na categoria Poesia, com seu poema intitulado “Não ao trabalho infantil”. Coisa potente é a arte, não é? Capaz de encantar uma criança como Madson, em meio a tantos apelos e estímulos tecnológicos, ao ponto de fazer surgir o interesse pela escrita poética e a necessária reflexão sobre as injustiças sociais, como é o caso da exploração do trabalho de crianças e adolescentes.

A Escola Monsenhor Júlio sempre foi palco de grandes talentos. Lembro-me como se fosse hoje das tardes naquele pátio, entre plumas e paetês, nos anos de 2008 ou 2009, se não me falha a memória, os ensaios e apresentações do Grupo de Teatro “Mensageiros da Arte”, conduzido impecavelmente pela talentosa Ramona Miguel, uma gigante das artes dramáticas, hoje radicada em São Paulo.

Nunca me saiu da memória uma de minhas tentativas em ser um desses mensageiros, quando de um ensaio de “Everbody”, do grupo estadunidense Backstreet Boys, onde descobri, dolorosamente, que não tinha talento para a dança, o que também estendi para o teatro, acredito que de forma equivocada. Mas, tudo bem, tive de lidar com isso. Uma interpretação do clássico “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, também mexeu comigo, já que acompanhei de perto a minha melhor amiga à época, Angélica Santos, que atualmente reside no Goiás, nos preparativos para encenar Capitu. Vestida com um figurino bege longo, com uma fenda que subia até a altura do quadril, a Capitu varzeana rendeu assovios da plateia, especialmente dos homens.

Como vêem, a arte fez e continua fazendo parte do Monsenhor Júlio e da Várzea, o que para nós é motivo de orgulho. Gostaria de parabenizar a todos os professores e professoras que lutam incansavelmente para manter viva a chama da educação. Ao pequeno gigante e conterrâneo Madson Diogo, deixo as minhas palavras de incentivo e encorajamento, para que continue insistindo em sua veia artística e não duvide do seu talento. A várzea irá conquistar o mundo!

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