27 Jul 2024 Ellipse ATUALIZADO 23:35

Publicado

25/05/2022

Atualizado

31/01/2024
Publicação

O PREFEITO É UMA PESSOA E SÃO PEDRO É OUTRA

Por: Igor Apolonio – Engenheiro Agrônomo, pós-graduando em Educação Ambiental e Editor-Chefe do Observatório da Várzea.

Ontem (24/05) os pluviômetros de diferentes cidades do Rio Grande do Norte, principalmente as do oeste potiguar, ultrapassaram seus limites de registro devido ao grande volume das chuvas.

Foram muitas as regiões que sofreram com os alagamentos. Nas redes sociais circulam vídeos, áudios e imagens que ilustram essa a situação.

A natureza é implacável e inegociável. Não se pode direcionar ou dimensionar a quantidade de chuvas, a velocidade do vento ou a intensidade dos fenômenos que acontecem.

Durante o período chuvoso os problemas relacionados a má drenagem do solo são evidenciados. São cidades inteiras construídas próximas a rios, que após a impermeabilização do solo, diante dos volumes de água, tem o nível dos reservatórios elevados, isso somado a ausência de área para escoamento e lixiviação das águas, causam transtornos a população.

Sabemos que o problema é evidente e recorrente, entretanto é preciso ter cautela diante das cobranças. Não é uma questão isolada e não se pode responsabilizar diretamente o poder público municipal por incidentes naturais devido ao mal planejamento urbano de décadas.

Também é inviável quebrar todo o asfalto para a água ter área de infiltração e tampouco é possível mudar a cidade de lugar. As estratégias de minimização dos incidentes exigem um planejamento minucioso e as alternativas são delicadas. As causas dos alagamentos precisam ser analisadas dentro de um contexto histórico e geográfico, considerando a topografia e as primeiras civilizações que precisaram se manter as margens dos rios para obter os recursos necessários à sobrevivência.

Ainda assim, faz-se necessário o entendimento da população que as chuvas são bençãos e que nem o prefeito, nem o deputado ou governadora tem o poder de para-la.

Para o momento, é necessário humanização para auxiliar a população que teve perdas materiais, remanejamento dos cidadãos que estão em área de risco e estratégias de obras públicas que facilitem o escoamento das águas. Não existe espaço para cobranças indevidas, uma vez que não importa quem esteja no poder, diante de fenômenos naturais como o ocorrido, os transtornos se repetem devido a um problema estrutural social que vai muito além da esfera municipal.

Estamos observando….

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