14 Oct 2024 Ellipse ATUALIZADO 00:00

Publicado

22/09/2024
Política

Política do Chicote: a banalização da violência em tempos de acirramento eleitoral

Em um gesto polêmico e carregado de simbolismo, a vereadora Beatriz desfilou durante uma carreata com um chicote em mãos, atraindo duras críticas e reacendendo debates sobre a violência na política. Embora Beatriz tenha justificado em nota que o chicote era feito de TNT, minimizando a ação como uma brincadeira inofensiva, o impacto simbólico desse ato não pode ser ignorado, principalmente no contexto da política regional de Assú, que se encontra cada vez mais acirrada.

O gesto, em um cenário de tensões eleitorais e conflitos pessoais, inevitavelmente evoca memórias e representações de opressão e controle, especialmente em um estado como o Rio Grande do Norte, onde o “voto de cabresto” ainda ecoa na história política. O chicote, independentemente de seu material, carrega a representação da submissão e da violência, elementos que deveriam estar distantes de qualquer manifestação política contemporânea.

Beatriz, que já vinha sendo envolvida em controvérsias após as acusações de Chico de Linda Flor, que afirmou ter sido ameaçado pelo marido e pelo pai da vereadora, talvez tenha subestimado o poder dos símbolos na política. Neste ambiente, onde cada gesto pode ser amplificado e reinterpretado, a escolha do chicote revela, no mínimo, uma insensibilidade ao momento.

O chicote é, historicamente, um símbolo de opressão, e sua associação, mesmo que indireta, com a política local desperta preocupações sobre o tipo de mensagem que se quer passar ao eleitorado. Em Assú, onde episódios de violência e ameaças já ganharam manchetes, a utilização de um objeto que remete ao controle autoritário e ao medo poderia ter sido evitada. Não se trata apenas de um adereço inofensivo, mas de um símbolo carregado de conotações que não cabem em uma democracia saudável.

A política, afinal, se faz também através dos símbolos que escolhemos. E quando esses símbolos remetem à violência, à opressão e ao autoritarismo, eles contribuem para a banalização de práticas que deveriam ser duramente repudiadas. O chicote, seja de TNT ou de qualquer outro material, não deve ter lugar em uma campanha que deveria se basear no respeito e no debate de ideias.

Estamos observando…

1 Comentário

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  • Anônimo

    Quem leva peia de chicote é burro mais só q a população assuence não são burros precisando de respeito amor carinho e cuidados

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