Prefeito de Assú sem força política: vereadores barram PL da criação de cargos
Por José Guimarães, Licenciado em Filosofia pela Faculdade Vicentina (Curitiba), especialista em Pesquisa Acadêmica e Científica na Prática Docente, pela Faculdade Bagozzi (Curitiba) e Editor Colaborador do Observatório da Várzea.
Na noite desta terça-feira, na Câmara Municipal de Assú, aconteceu a sessão que analisou o Projeto de Lei enviado pelo executivo municipal com intenção da criação de novos cargos comissionados e aumento de salários dos servidores municipais. Para surpresa do prefeito Gustavo Soares, os vereadores de oposição ganharam o apoio de três vereadores ligados à gestão e barraram o projeto por 9 votos a 6.
Segundo fontes, a justificativa dos vereadores para se contraporem aos desejos de Gustavo Soares se dá pelo fato de que o PL, além de aumentar os salários dos servidores (algo positivo para os vereadores), criaria o total de 81 cargos comissionados a mais. Isso equivale a um aumento de cargos em quase 28%, gerando um aumento de quase 30% na folha de pagamento. Assim, os gastos subiriam de R$ 440.000,00 para R$ 626.980,00.
Além de uma questão de responsabilidade administrativa, obviamente o que se notou na noite de hoje foi uma questão política sendo descortinada no plenário da Câmara Municipal, numa verdadeira demonstração de forças entre o prefeito e os vereadores que compõem o chamado F4, que se alinha cada vez mais à bancada de oposição.
Os edis que outrora votavam a favor de todas as matérias advindas da gestão, por algum motivo, resolveram contestar as orientações da base e, junto à oposição, parece repetir um mantra muito utilizado nos movimentos de resistência: “Ninguém solta a mão de ninguém”. Do ponto de vista político, o movimento é arriscado para os três vereadores, Karielle Medeiros, Walace e Paulo Brito, que podem sofrer retaliações de um prefeito furioso. Porém, também é delicado para Gustavo Soares, que não conseguiu atrair ninguém do grupo oposicionista e começa a sentir o peso de ter uma maioria contra o seu sistema no legislativo local.
Uma coisa é certa, se a prefeitura precisa de mais servidores (e pelo que parece é verdadeiro) por que não faz um estudo criterioso e convoca um concurso público? Em nossa página do Instagram, motivados pela votação de hoje, fizemos uma enquete sobre o assunto. Dos votantes, 93% acham que o melhor para Assú é um concurso público, sobrepondo-se a apenas 7% que diz achar melhor os cargos comissionados. Todos nós sabemos que, na política assuense, cargos comissionados servem para aumentar o poder de quem senta na cadeira de prefeito, pois são usados como moedas de troca para apoios políticos. É, de fato, um assunto que o povo precisa debater.
Estamos observando…
Confira o texto enviado para a Câmara Municipal de Assú
0 Comentários