27 Jul 2024 Ellipse ATUALIZADO 00:41

Publicado

20/08/2023

Atualizado

31/01/2024
Publicação

Quais comunidades pertencem, realmente, à Várzea do Assú?

Por José Guimarães, Licenciado em Filosofia pela Faculdade Vicentina (Curitiba), especialista em Pesquisa Acadêmica e Científica na Prática Docente, pela Unibagozzi (Curitiba) e Diretor Presidente do Observatório da Várzea.

Esta semana, indagado por um representante da imprensa local, fui levado a fazer uma reflexão sobre nossas origens e, de quebra, sobre nosso presente. A pergunta girava em torno de um questionamento, segundo meu indagador, de quais comunidades realmente faziam parte da Várzea.

Obviamente, como fundador do Observatório da Várzea, as pessoas esperam que eu consiga elucidar um questionamento que vai além da territorialidade geográfica. Pois, por quanto pareça simples a resposta, garanto que não é. Por isso, fiz um breve relato, com aquilo que me veio na memória.

As comunidades da Várzea, originalmente, são as que hoje chamamos de Várzea Histórica: Santo Antonio, Martins, Estevam e Comboeiro (todas entre o Rio Piranhas e o Rio Panon). No passado, eram um grande centro sociocultural, que chamava atenção de toda a região. Lugar onde apareciam atrativos culturais e comerciais (folclore, circo, lojas, pequenas indústrias) e a presença do Estado era mais visível (escolas, delegacia, etc.). Destacando-se a comunidade do Martins.

Com as grandes enchentes, até 1978, houve uma diáspora dessas comunidades para as partes mais altas que antigamente eram chamadas de Tabuleiro, as comunidades já existentes: Mutamba da Caeira, Nova Esperança, Panon I, Panon II, Fazenda Nova e Poré. Fazenda Nova e Poré, basicamente, receberam os habitantes do Comboeiro. Panon II, por sua vez, recebeu os habitantes remanescentes do Estevam e parte do Comboeiro. Panon I, recebeu parte dos habitantes do Martins. Nova Esperança e Mutamba receberam partes dos habitantes do Martins e Santo Antonio. Vale ressaltar que Linda Flor também recebeu parte significativa dos habitantes do santo Antonio.

Com o asfalto da RN 016 e a facilidade de acesso a todas as comunidades que ligam Assú a Carnaubais, habituou-se a chamá-las, também, de Várzea: Baviera, Santa Clara e Linda Flor. Por uma questão geográfica, tais comunidades não se caracterizavam como “várzea”, pois não estão dentro do conceito de “planície ou terreno plano, em um vale extenso e cultivado”. No Brasil, as várzeas são conhecidas por serem terrenos cultiváveis junto aos rios e ribeirões, características das demais apresentadas.

Assim, as comunidades que compõem a Várzea são 13, das quais 03 estão quase extintas (Martins, Estevam e Comboeiro) e outras 03, recentemente, passaram a ser consideradas como extensão urbana (Baviera, Santa Clara e Linda Flor), exatamente as três mais próximas da área urbana.

Estamos observando…

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