Por Silvino Júnior, graduando em jornalismo (UERN), Assistente de Planejamento da Produção (SENAI) e Editor Colaborador do Observatório da Várzea.

Geraldo Alckmin saiu do primeiro turno em 2018 com menos de 5% dos votos após se candidatar à presidência. Levou uma rasteira de João Doria dentro do partido que ajudou a fundar e precisou se desfilar depois de 33 anos na legenda. Parecia ser o seu fim político, mas ressurgiu das cinzas e em 2022 se elegeu Vice-Presidente do Brasil.

Alckmin sempre foi visto com um perfil moderado e articulador. Ao aceitar ser vice de Lula, a quem ele chegou a atacar no passado dizendo que o ex-presidente queria “voltar à cena do crime”, ele quebrou resistências, elogiou Lula em vários momentos, trabalhou pela campanha, costurou alianças, vestiu a camisa e demonstrou lealdade.

Fabielle pode sair ilesa da fogueira de vaidades que hoje ela enfrenta. Assim como o Alckmin fez com o Lula, ela elogiou o Prefeito Gustavo Soares, aceitou o convite para ser vice, trabalhou pela campanha e demonstrou lealdade. Porém, o seu partido atual, o PL, não cede espaço pra ela, assim como o PSDB não cedia mais espaço para o Alckmin. O PSB que foi o destino de Alckmin, também pode ser o de Fabielle, diante da sua proximidade com Rafael Motta.

Imprensada contra a parede, Fabielle sabe das forças existentes que se opõem ao seu projeto de ser Prefeita e sabe que precisa manter pelo menos, por enquanto, o perfil moderado que possui. Ao se permitir ser isolada e reagir de forma discreta, a Vice-Prefeita deixa acesa a narrativa sobre quem é a vítima e o malfeitor da história. A vitória do Alckmin representou uma vingança contra o PSDB. A projeção de Fabielle é uma forte ameaça a quem imaginou que iria segurar ela.

Estamos observando…