27 Jul 2024 Ellipse ATUALIZADO 00:59

Publicado

06/10/2022

Atualizado

31/01/2024
Publicação

Guerra Santa: A posição das principais igrejas evangélicas de Assú na eleição

Por Silvino Júnior, graduando em jornalismo (UERN), Assistente de Planejamento da Produção (SENAI) e Editor Colaborador do Observatório da Várzea.

“A perseguição começou. Não tem como apoiar quem é contra nossos valores e defende o aborto, as drogas e o comunismo”, esse é o relato de um membro assíduo de 38 anos do Templo Central da Igreja Assembleia de Deus, em Assú. Em uma conversa de cerca de 20 minutos, ele nos conta que ninguém pede voto diretamente para candidato algum nessas eleições durante os cultos. Mas que os fiéis são orientados a comparar e tomar decisões sábias, conforme o que diz as escrituras, afirmou.

Dados do censo de 2010 do IBGE aponta que em Assú o número de evangélicos era de quase 7 mil. Esse número hoje é bem maior e atesta a tendência de crescimento do segmento, que pode superar o de católicos a partir de 2032 no Brasil.

Outros dois membros ouvidos frequentam a Igreja Universal do Reino de Deus e a Igreja Mundial do Poder de Deus em Assú. Ambos também garantiram que não há política sendo promovida no altar, mas alegaram que nos sermões, tem sido abordado sobre a esquerda e o mal que representaria ao país caso assumisse o poder.

A Procuradoria Regional Eleitoral no Rio Grande do Norte emitiu recomendação em julho, indicando que dentro dos templos não se deve realizar ou permitir a realização de “qualquer espécie de propaganda eleitoral, inclusive a negativa, pedido de voto, ainda que dissimulado, manifestação de apoio ou de agradecimento público a pré-candidatos ou candidatos a cargos públicos nas Eleições de 2022”. 

A identidade dos três fiéis se manterá em sigilo, mas foi unânime no relato de cada um a informação de que sentiram mudanças nos cultos durante esta fase eleitoral e que o assunto sobre “quem é contra a família e a liberdade” ganhou maior espaço nas pregações, principalmente aos domingos, dia onde se registra o maior número de público. A quantidade de conteúdos sobre política nos grupos de WhatsApp ligados à igreja também cresceu, pontuaram.

Com o debate transformado em uma verdadeira ‘guerra santa’, o voto evangélico se tornou disputado e pode definir essa eleição. No contexto a nível local, a liderança da Assembleia de Deus, o Pastor Alfredo Luiz, é bem visto e cortejado pela classe política de Assú. O Pastor Manuel, que representava a Igreja Universal, declarou apoio a Ivan Júnior em 2020 e disputou a vaga de deputado estadual este ano. O Bispo Fabrício, que atuou no templo sede da Igreja Mundial em Assú, não esconde suas preferências em suas redes e também exerce influência no meio político.

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