Por José Guimarães, Licenciado em Filosofia pela Faculdade Vicentina (Curitiba), especialista em Pesquisa Acadêmica e Científica na Prática Docente, pela Faculdade Bagozzi (Curitiba) e Editor Chefe do Observatório da Várzea.

Ainda estamos em maio de 2021, um ano antes do período pré-eleitoral e as discussões sobre a sucessão presidencial já estão a todo vapor. Com a elegibilidade de Lula, depois das anulações dos processos da Lava Jato, o cenário nacional ganha destaque pela polaridade e acirramento das alas mais radicais do país.

O que está bem claro é que, se não surgir um nome para amparar os eleitores antipetistas e antibolsonaristas, a disputa partirá para um mata-mata entre Direita e Esquerda, num das maiores polarizações já vistas na história da redemocratização do Brasil. Enquanto isso, institutos de pesquisa se debruçam sobre as pesquisas de opinião para entender os cenários vindouros.

É o que mostra a pesquisa do Atlas Político, divulgada nesta segunda-feira (10) pelo El País, que mostra o ex-presidente Lula como o único candidato capaz de vencer Jair Bolsonaro em um eventual segundo turno em 2022. Em um cenário como esse, Lula teria 45,7% das intenções de voto e Jair Bolsonaro 41%. Na mesma sondagem, ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e o ex-ministro Ciro Gomes também aparecem numericamente à frente de Bolsonaro, mas estão empatados tecnicamente. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Uma outra avaliação que pode preocupar o presidente Bolsonaro é a rejeição ao seu governo. A pesquisa aponta que 57% da população desaprova o governo, que vem se destacando mundialmente como negacionista da pandemia e um dos piores no combate ao novo coronavírus. Somado aos efeitos da CPI da covid, esse desgaste pode ainda atingir níveis mais altos, o que pode desgastar ainda mais o governo.

Na minha avaliação, esse cenário é reflexo de um descontentamento evidente da população com o atual governo, pelas inúmeras razões apresentadas diariamente nos noticiários e, sobretudo, pela incapacidade de articulação no enfrentamento da pandemia. Porém, a base barulhenta de Jair Bolsonaro não pode ser subestimada nem ignorada. Está evidente que nem mesmo as piores acusações contra o presidente faz essa base de sustentação desapegar do seu líder, mesmo que custe o caos. É necessária uma articulação de todas as frentes para conseguir um resultado favorável aos adversários do presidente.

Estamos observando…