Na mira do Ministério Público: busca e apreensão na Prefeitura de Pendências
Por Izabely Rodrigues, licenciada em Química pela UFRN, professora da rede privada e Editora Colaboradora do Observatório da Várzea
Em meados de 2019, Pendências foi palco de uma grande manifestação em prol da transparência, quando munícipes pintaram seus muros com pedidos de transparência e faixas foram espalhadas pela cidade, demarcando o início de uma nova luta liderada pelo grupo de oposição que se fortalecia para a campanha eleitoral em 2020.
Sem nenhuma justificativa, as faixas foram retiradas, mas o grito em busca da transferência permaneceu. Durante todos esses anos, o agrupamento político de oposição protocolou diversos pedidos solicitando cópias dos processos licitatórios ao longo desses anos. O que se comentava era que o grupo estava fazendo papel de “papangus” em busca da transparência por acreditar que esse era o meio para realizar o controle dos gastos públicos.
Após 4 anos, depois de diversas solicitações e de denúncias ao MP, após o Ministério Público solicitar as cópias e a gestão não atendê-lo por três vezes, a operação de busca e apreensão aconteceu.
Na manhã do primeiro dia do mês de fevereiro, abrindo o mês carnavalesco, a Prefeitura de Pendências recebeu a visita do promotor da comarca do município, o excelentíssimo Dr. Edgar Jurema, representando o Ministério Público, que deflagrou uma operação de busca e apreensão no setor de licitações da Prefeitura Municipal.
De acordo com alguns presentes no momento da operação, alguns dos processos licitatórios estavam com post-its, que serviam de “lembretes” do que se precisava acrescentar. Também chegou até a nossa sala de redação que há documentos que foram solicitados, mas não foram encontrados.
Uma operação como essa nos leva a pensar e questionar sobre o motivo pelo qual as solicitações feitas pelo MP não foram atendidas. Ora, se não há irregularidades, por qual motivo as solicitações não foram atendidas? É o que deixa todos de orelha em pé. É aquela velha história do “quem não deve não teme”. Se o pau que bate em Chico bate em Francisco eu não sei, mas que um bom pedaço de Jurema fez muitos perderem o sono.
A fiscalização dos gastos do dinheiro público é facultativa ao povo, mas para muitos é obrigação. E sabemos o quanto a classe política de Pendências silenciou quanto a isso. É preciso ver que essa operação não é o fim, mas o começo. É a partir dela que entenderemos todo o descaso existente em Pendências e que, além dos que fazem a gestão, há muitos que silenciaram e carregam a culpa do que Pendências vive hoje. Esperamos os próximos capítulos e seguimos como sempre estivemos: OBSERVANDO…
0 Comentários